“Sou muito nova para isso!”
Essa é a frase que muitas mulheres jovens dizem ao receber o diagnóstico de câncer de mama. Mas a verdade é: ele não tem idade certa para acontecer. Apesar de raro, o câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos existe. Por isso, é essencial prestar atenção a sinais como nódulos, secreção, dor persistente ou alterações na pele da mama.
Câncer de mama em mulheres jovens: uma realidade silenciosa
O câncer de mama ainda é, em muitos contextos, tratado como uma doença que “chega com a maturidade”, o que reduz a vigilância de mulheres mais jovens. No entanto, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 7% de todos os casos de câncer de mama diagnosticados no Brasil ocorrem em mulheres com menos de 40 anos, isso representa milhares de diagnósticos todos os anos. Não é insignificante.
Além disso, dados internacionais corroboram esse cenário. Um estudo publicado na revista The Lancet Oncology em 2020 analisou mais de 560 mil casos e identificou um aumento global na incidência de câncer de mama em mulheres entre 20 e 39 anos, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. O artigo também destacou que a sobrevida dessas pacientes é menor, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.
No Brasil, o desafio é ainda maior devido à baixa adesão aos exames preventivos e à desinformação. Mulheres jovens raramente têm suas queixas mamárias investigadas com a mesma urgência dedicada às mulheres mais velhas. Isso gera atrasos no diagnóstico e reduz as opções terapêuticas.
Por que o câncer de mama em jovens pode ser mais agressivo?
O câncer de mama diagnosticado precocemente em mulheres jovens tende, em muitos casos, a ser biologicamente mais agressivo. Uma das razões para isso é a maior incidência de subtipos como o triplo-negativo, que representa entre 15% e 20% de todos os cânceres de mama, mas aparece com mais frequência em mulheres com menos de 40 anos.
O subtipo triplo-negativo é caracterizado pela ausência dos receptores hormonais estrogênio e progesterona, e do gene HER2. Isso significa que ele não responde aos tratamentos hormonais convencionais nem às terapias-alvo mais modernas, como o trastuzumabe (Herceptin). O tratamento, então, se baseia basicamente em quimioterapia, que tem efeitos colaterais mais intensos e variabilidade na resposta entre pacientes.
Além disso, estudos apontam que o câncer de mama em mulheres jovens têm maior propensão a apresentar alto grau histológico, maior índice mitótico (multiplicação celular rápida), presença de necrose tumoral e invasão linfovascular. Um estudo clássico do Journal of Clinical Oncology (Anders et al., 2009) analisou os perfis moleculares de mulheres jovens com câncer de mama e identificou uma assinatura genética mais agressiva, associada a um pior desfecho clínico.
O diagnóstico tardio é outro fator de agravamento. Como mulheres jovens geralmente não fazem mamografias de rotina e muitos médicos ainda subestimam o risco nessa faixa etária, é comum que os tumores sejam detectados apenas em estágios mais avançados, quando já existe comprometimento ganglionar ou metástases.
Fatores de risco: o que pode favorecer o surgimento precoce?
Embora a maioria dos casos de câncer de mama seja classificado como esporádica (sem causa genética aparente), existem alguns fatores de risco que aumentam significativamente a chance de desenvolver a doença antes dos 40 anos. Os principais são:
1. Histórico familiar e genético
A presença de câncer de mama em parentes de primeiro grau, especialmente em idade jovem, é um alerta importante. A mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 é a principal causa de câncer de mama hereditário. Estima-se que mulheres com mutações nesses genes tenham um risco entre 45% e 85% de desenvolver câncer de mama ao longo da vida (King et al., 2003, New England Journal of Medicine).
2. Exposição hormonal prolongada
Mulheres que menstruaram precocemente (antes dos 12 anos), que nunca tiveram filhos, ou que tiveram menopausa tardia estão mais expostas aos efeitos do estrogênio ao longo da vida, o que pode aumentar o risco.
- Estilo de vida
Hábitos como consumo frequente de álcool, sedentarismo, alimentação rica em gordura saturada e obesidade aumentam a produção de estrogênio e inflamação no organismo, favorecendo o desenvolvimento de tumores mamários.
4. Radiação prévia
Exposição à radiação torácica (como radioterapia para linfoma de Hodgkin na adolescência) também é um fator conhecido de risco para câncer de mama precoce.
Sinais de alerta: o que o corpo pode estar tentando dizer?
Uma das melhores ferramentas para o diagnóstico precoce é o autoconhecimento corporal. Mulheres jovens, principalmente aquelas que não estão na faixa etária de rastreamento mamográfico, precisam estar atentas a alterações sutis nas mamas e buscar ajuda médica ao notar qualquer sinal incomum. Alguns desses sinais incluem:
- Presença de nódulo fixo, geralmente indolor e de crescimento progressivo;
- Inchaço ou dor persistente em uma única mama;
- Alterações na pele, como vermelhidão, retração, espessamento ou aspecto de casca de laranja;
- Secreção mamilar anormal, com coloração escura ou sangue;
- Inversão do mamilo ou mudanças no seu formato;
- Nódulos na axila, que podem indicar comprometimento dos linfonodos.
É importante lembrar que nem todo nódulo é maligno, especialmente em mulheres jovens, mas toda alteração deve ser investigada, preferencialmente com ultrassonografia e, em casos indicados, biópsia.
Prevenção também é autocuidado: o que mulheres jovens podem fazer?
Ainda que a maioria das mulheres jovens não esteja dentro da faixa de rastreamento por mamografia, isso não significa que devam ignorar a saúde das mamas. A prevenção nessa fase da vida passa por outros caminhos:
- Conheça seu corpo: faça o autoexame não como regra, mas como prática de observação regular. Identifique como suas mamas costumam ser e note mudanças ao longo do ciclo.
- Visite seu ginecologista com regularidade: durante as consultas, o exame clínico das mamas pode detectar alterações que justificam a solicitação de exames complementares.
- Tenha um estilo de vida saudável: pratique atividades físicas, mantenha o peso corporal equilibrado, evite álcool e cigarro, e prefira uma alimentação rica em vegetais, frutas e grãos integrais.
- Converse sobre seu histórico familiar: saber se há casos de câncer de mama, ovário, pâncreas ou próstata na família ajuda a entender o risco genético e, se necessário, buscar aconselhamento genético.
- Se informe: conhecimento é a melhor forma de prevenção. Leia, pergunte, participe de palestras e se envolva com campanhas de conscientização.
Você nunca é “nova demais” para se cuidar
O câncer de mama em mulheres jovens não é comum, mas é real, e por isso, merece visibilidade. Muitas vidas poderiam ser salvas se os sintomas fossem reconhecidos mais cedo, se a escuta médica fosse mais atenta e se a prevenção não fosse vista como algo “para depois dos 40”.
Estar informada é um ato de autocuidado. Compartilhar esse conhecimento é uma forma de proteger outras mulheres ao seu redor. Não espere os sinais ficarem claros ou a idade “chegar”. Seu corpo fala, e quanto antes você ouvir, maiores são suas chances de cura.
Cannabis medicinal e câncer de mama
A Cannabis medicinal tem ganhado espaço como uma importante aliada no tratamento de pacientes com câncer de mama, especialmente no alívio dos sintomas relacionados à quimioterapia, radioterapia e ao próprio processo da doença.
Os canabinoides (https://thronusmedical.com/o-que-sao-canabinoides/), compostos presentes na planta, possuem propriedades que ajudam a reduzir náuseas, vômitos, dores crônicas, ansiedade (https://thronusmedical.com/sintomas-fisiologicos-da-ansiedade/), insônia e perda de apetite, efeitos colaterais comuns em quem está em tratamento oncológico. Além disso, muitos pacientes relatam melhora na qualidade de vida e bem-estar geral com o uso terapêutico da cannabis, quando acompanhados por profissionais especializados.
Embora não substitua os tratamentos tradicionais como a quimioterapia ou a cirurgia, a cannabis medicinal tem se mostrado eficaz como complemento terapêutico, fazendo parte de um cuidado mais humano, individualizado e centrado na qualidade de vida.
Se você tem interesse em entender mais sobre como a cannabis pode ser utilizada no cuidado de pacientes com câncer de mama, de forma segura, legal e responsável, nosso time está à disposição para tirar todas as suas dúvidas. Basta entrar em contato (https://linklist.bio/thronusmedical) e agendar um atendimento com nossos especialistas.
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