Nem todo sinal de depressão aparece de forma explícita. Você já notou que algumas pessoas parecem exaustas durante o dia, mas à noite estão agitadas, alertas, quase “ligadas no 220 V”? Esse padrão pode passar despercebido como apenas uma “noite mal dormida.” No entanto, aquilo que parece um desequilíbrio rotineiro muitas vezes sinaliza uma desregulação do ritmo circadiano, um alerta sutil de que algo mais profundo está fora de sincronia.
A seguir, vamos explorar como essa oscilação acontece, por que ela importa e como o ajuste desse ciclo interno pode se tornar um primeiro e essencial passo rumo ao tratamento.
O que é o ritmo circadiano e por que ele importa para o humor
Nosso “relógio biológico” – ou ritmo circadiano – é um sistema interno que regula, ao longo de aproximadamente 24 horas, uma série de funções essenciais à nossa saúde física e mental. Ele atua como um maestro invisível, coordenando processos como o sono, a liberação de hormônios (como melatonina e cortisol), a digestão, o metabolismo, a temperatura corporal e até mesmo o funcionamento do sistema imunológico. Esse ritmo é sensível a pistas externas, especialmente à luz natural e à escuridão, que funcionam como “sinais de sincronização” (os chamados zeitgebers), ajudando o organismo a se alinhar com o ambiente ao redor.
Quando esse sistema está bem regulado, o corpo sabe a hora certa de dormir, de acordar, de se alimentar e até de concentrar energia mental. No entanto, alterações no ciclo circadiano podem ter consequências significativas para a saúde emocional. Indivíduos com ritmos desajustados apresentam maior risco de desenvolver transtornos do humor, como depressão e transtorno afetivo sazonal, além de maior propensão à ansiedade (https://linklist.bio/thronusmedical ) , fadiga crônica e irritabilidade.
Em termos neurobiológicos, pesquisas com cérebros de pacientes deprimidos revelaram que os genes responsáveis pela regulação circadiana (como CLOCK, BMAL1, PER e CRY) se expressam de maneira irregular, como se esses cérebros estivessem operando em outro fuso horário. Isso significa que, mesmo quando exposto à luz solar ou a horários sociais regulares, o organismo falha em ajustar seu ciclo interno adequadamente. Como resultado, a pessoa pode experimentar fadiga durante o dia, confusão mental, falta de energia, e paradoxalmente, mais agitação e dificuldade para dormir à noite, um cenário que, com o tempo, compromete o equilíbrio psíquico e fisiológico.
É por isso que aquele padrão tão comum, estar sonolento ou apático ao longo do dia, mas inquieto e alerta à noite, pode ser mais do que uma simples desorganização de hábitos. Esse desalinhamento muitas vezes é o sintoma silencioso de uma desregulação profunda do ritmo circadiano, que afeta diretamente os sistemas que controlam o humor, o sono e a estabilidade emocional. Reconhecer esse sinal e compreender suas origens é um passo crucial para tratar não apenas a insônia ou o cansaço, mas também quadros depressivos que podem estar se manifestando de forma sutil e crônica.
Exaustão diurna e hiperatividade noturna: por que isso acontece?
Esse padrão, em que a pessoa se sente letárgica ao longo do dia, mas inquieta e até hiperativa à noite, não é apenas fruto de maus hábitos ou excesso de telas. Ele ocorre principalmente por um descompasso entre o ritmo circadiano interno e os estímulos do ambiente externo, como luz, atividade social e alimentação. Esse desalinhamento, chamado de “desritmia circadiana”, compromete o funcionamento ideal do organismo e tem implicações diretas sobre a saúde mental.
Durante o dia, quando o corpo deveria estar ativo e alerta, a falta de exposição à luz solar – especialmente nas primeiras horas da manhã – pode impedir o “reset” do relógio biológico. Sem essa luz natural, o núcleo supraquiasmático do cérebro, que atua como o centro de comando do ciclo circadiano, não recebe o sinal de que o dia começou. Com isso, a liberação de cortisol, que deveria subir pela manhã para promover energia e foco, fica comprometida. Ao mesmo tempo, a produção de melatonina, que deveria cair ao amanhecer, pode permanecer elevada, gerando sensação de sonolência e lentidão mental.
Já à noite, o processo se inverte: em vez de o corpo começar a relaxar, há uma dificuldade natural para “desligar”, pois o organismo não reconheceu corretamente o ciclo do dia. A ausência de queda no cortisol e a produção ineficiente de melatonina levam a um estado de alerta fisiológico, mesmo quando o ambiente já está escuro. Isso contribui para a insônia, o aumento da ansiedade noturna e até episódios de ruminação mental, aquele pensamento repetitivo que impede o relaxamento.
Portanto, não é apenas uma questão de estilo de vida: esse padrão de exaustão e agitação pode ser o reflexo de um organismo fora de ritmo, e quanto mais tempo esse desalinhamento persiste, maiores os impactos sobre a saúde mental e emocional.
Cannabis medicinal como ansiolítico e regulador circadiano
A cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD), aparece como um recurso interessante na modulação do sistema endocanabinoide ( https://thronusmedical.com/sistema-endocanabinoide-o-equilibrio-do-nosso-corpo/ ) e na regulação do sono. O sistema endocanabinoide é uma rede biológica complexa presente em todo o corpo humano, responsável por regular diversas funções, incluindo o ciclo sono-vigília, o humor, o apetite, a dor e a resposta ao estresse. O CBD, por sua vez, interage com receptores desse sistema (como os receptores CB1 e CB2) e também com receptores de serotonina (como o 5-HT1A), ajudando a reduzir a hiperatividade cerebral noturna, diminuir a ansiedade e favorecer a indução ao sono, especialmente em pessoas que sofrem com insônia relacionada ao estresse ou a quadros depressivos.
Por isso, o uso da Cannabis medicinal é um aliado no tratamento de distúrbios de humor e regulação do sono, desde que feito com acompanhamento profissional e dentro de um protocolo seguro e individualizado. Como toda intervenção terapêutica, seu uso deve ser baseado em avaliação clínica criteriosa, levando em conta o histórico, os sintomas e os objetivos do paciente.
Linha Bisaliv
Agora que você já compreende como a cannabis medicinal pode ser uma aliada importante na regulação do sono, na redução da ansiedade e no equilíbrio do ritmo biológico, talvez esteja se perguntando por onde começar com segurança. A Linha Bisaliv oferece opções com diferentes concentrações de canabinoides, seja para auxiliar no sono, no controle da ansiedade, no suporte ao humor ou na modulação do ciclo circadiano.
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