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Surto psicótico no Alzheimer: um desafio para quem cuida

Você sabia que pessoas com Alzheimer podem apresentar surtos psicóticos em determinados estágios da doença? Alucinações, delírios e mudanças bruscas de comportamento são sinais que assustam, mas fazem parte da progressão neurológica em alguns casos. Entender essa relação é essencial para oferecer um cuidado mais empático e eficaz, tanto para familiares quanto para cuidadores.

No blog de hoje, explicamos como o Alzheimer pode desencadear episódios psicóticos, quais são os sintomas mais comuns e o que fazer diante dessas situações delicadas.

O que são surtos psicóticos no Alzheimer?

Surtos psicóticos se manifestam por meio de sintomas como alucinações (percepção de coisas que não existem), delírios (crenças falsas e fixas) e agitação extrema, que podem ocorrer em pacientes com Alzheimer, especialmente em estágios moderados e avançados da doença. Esses episódios não são simplesmente “perda de controle” ou comportamentos desafiadores sem causa, mas sim manifestações neurológicas decorrentes das alterações cerebrais progressivas que o Alzheimer provoca.

Estudos científicos indicam que aproximadamente 30% a 50% dos pacientes com Alzheimer desenvolvem sintomas psicóticos ao longo da doença, segundo revisão publicada na revista Nature Reviews Neurology (R. Ballard et al., 2016). Essas alterações têm impacto direto na qualidade de vida do paciente e aumentam significativamente o estresse e a sobrecarga dos cuidadores.

Por que o Alzheimer pode desencadear surtos psicóticos?

A doença de Alzheimer causa uma degeneração progressiva do cérebro, que afeta áreas relacionadas à cognição, memória e também ao controle das emoções e percepção da realidade. A degeneração dos lobos frontais e temporais, por exemplo, está associada a mudanças no comportamento e na interpretação do mundo ao redor.

Conforme o cérebro perde neurônios e conexões sinápticas, ocorrem desequilíbrios neuroquímicos, especialmente na dopamina, serotonina e acetilcolina – neurotransmissores que regulam o humor, a percepção e o comportamento. Essas alterações bioquímicas contribuem para o surgimento de sintomas psicóticos, como alucinações visuais ou auditivas, que são as mais frequentes em pacientes com Alzheimer.

Além disso, fatores externos, como ambiente desconhecido, mudanças na rotina, privação do sono e estresse, podem desencadear ou agravar episódios psicóticos, reforçando a importância de um ambiente calmo e estruturado.

Sintomas comuns dos surtos psicóticos no Alzheimer

Reconhecer os sinais de surtos psicóticos é fundamental para a intervenção precoce. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Alucinações visuais: o paciente pode ver pessoas, objetos ou figuras que não estão presentes. Essas alucinações costumam ser vívidas e podem gerar medo ou ansiedade.

  • Delírios persecutórios: crenças falsas de que alguém está tentando prejudicar ou roubar o paciente.

  • Agitação e agressividade: o indivíduo pode tornar-se inquieto, verbalmente ou fisicamente agressivo, sem motivo aparente.

  • Desconfiança e paranóia: o paciente pode duvidar das intenções de familiares ou cuidadores.

Um estudo publicado no American Journal of Psychiatry (Jeste & Finkel, 2000) ressalta que a combinação desses sintomas é responsável por um aumento significativo na institucionalização precoce e piora no prognóstico geral dos pacientes.

O impacto dos surtos psicóticos para os cuidadores

Cuidar de alguém com Alzheimer já é um desafio complexo, e os surtos psicóticos adicionam uma camada extra de dificuldade emocional e física. Muitos cuidadores relatam sentimentos de angústia, impotência e exaustão diante das mudanças abruptas de comportamento. Além disso, os episódios podem gerar conflitos familiares e comprometimento da segurança tanto do paciente quanto de quem cuida.

É importante que os cuidadores tenham acesso a informações claras, suporte psicológico e orientação profissional para lidar com essas situações, evitando assim o esgotamento. A literatura científica aponta que o apoio educacional e a participação em grupos de suporte reduzem significativamente a carga emocional e melhoram a qualidade do cuidado (Brodaty et al., 2003).

Como agir diante de surtos psicóticos no Alzheimer?

A intervenção adequada passa por alguns passos essenciais:

  1. Avaliação médica detalhada: diferenciar surtos psicóticos causados pelo Alzheimer de outras causas, como infecções, efeitos colaterais de medicamentos ou condições psiquiátricas pré-existentes.

  2. Ambiente seguro e acolhedor: reduzir estímulos excessivos, manter uma rotina previsível e oferecer tranquilidade ajudam a minimizar episódios.

  3. Uso criterioso de medicamentos: antipsicóticos podem ser indicados, mas sempre com cuidado devido aos riscos de efeitos colaterais em idosos, como aumento do risco de AVC e mortalidade (Schneider et al., 2005).

  4. Intervenções não farmacológicas: técnicas de reorientação, terapias ocupacionais e atividades que promovam bem-estar emocional podem reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida.

  5. Apoio ao cuidador: treinamento, acompanhamento psicológico e pausas regulares são essenciais para manter a saúde física e emocional de quem cuida.

Cuidar com conhecimento e empatia

Surtos psicóticos no Alzheimer representam um desafio real, mas compreendê-los é o primeiro passo para oferecer cuidado humanizado e eficaz. Com informação adequada, suporte profissional e um ambiente estruturado, é possível melhorar a convivência e o bem-estar do paciente e de sua rede de apoio.

Se você é cuidador ou familiar de alguém com Alzheimer, não hesite em buscar ajuda especializada para lidar com os sintomas psicóticos. O conhecimento transforma o medo em ação e o desafio em cuidado qualificado.

Cannabis medicinal no tratamento do Alzheimer

Compostos da planta, como o canabidiol (CBD) e o tetra-hidrocanabinol (THC) ( https://thronusmedical.com/voce-sabe-qual-a-diferenca-entre-o-cbd-e-o-thc-nos-te-explicamos/ ), atuam no sistema endocanabinoide do organismo, que desempenha um papel importante na regulação da inflamação cerebral, no controle do estresse oxidativo e na modulação da atividade neuronal.

O CBD possui propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias, que ajudam a retardar a progressão da doença, além de reduzir sintomas comportamentais como ansiedade, agitação e agressividade. Já o THC mostrou-se capaz de melhorar a qualidade do sono e aliviar delírios e alucinações em pacientes com demência.

Além disso, a cannabis medicinal representa uma alternativa para reduzir o uso de antipsicóticos tradicionais, que frequentemente apresentam efeitos colaterais severos em idosos. 

Em caso de dúvidas, entre em contato ( https://linklist.bio/thronusmedical) com o nosso time e saiba mais detalhes sobre a relação entre a Cannabis medicinal e o Alzheimer.