Varíola dos macacos

Nos últimos meses, o número de casos de varíola dos macacos aumentou disparadamente em diversas regiões do Brasil. Pelo fato do nome desses animais estarem atrelados à doença, aumentou também o número de envenenamento, violência e perseguição contra os primatas. 

 

Vem com a gente para entender mais sobre a nova varíola!

 

O que se sabe sobre a doença atualmente

Essa doença é causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus, que costuma estar presente em roedores. Existem duas linhagens do vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). 

As infecções humanas com o clado da África Ocidental são menos graves em comparação com o clado da Bacia do Congo, segundo a Organização Mundial de Saúde .

 

Como acontece a transmissão

Você deve estar se perguntando como acontece a transmissão e quais são os sintomas, e é disso que vamos falar agora.

A transmissão da varíola dos macacos ocorre por meio do contato com secreções respiratórias, liberadas ao tossir ou falar, por exemplo. 

 Além disso, o contato direto com as secreções das bolhas e feridas causadas pela varíola, objetos contaminados e  a presença de lesões na região genital (durante a relação sexual), faz com que haja transmissão.

 

Sintomas

Os sintomas da varíola dos macacos variam entre:

  • Dor de cabeça
  • Febre
  • Calafrios
  • Dores musculares
  • Feridas na pele
  • Gânglios linfáticos inflamados
  • Esgotamento

 

Depois da infecção, leva-se por volta de 5 a 21 dias para os sintomas surgirem. Geralmente eles desaparecem por conta própria, em torno de três semanas.

 

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico da varíola é feito por um infectologista ou clínico geral, que vai avaliar o histórico de saúde e sintomas do paciente. Geralmente, realiza-se uma coleta da secreção da ferida, analisada em laboratório, por meio do teste de PCR que identifica o vírus causador da doença. 

É importante atentar-se aos sintomas, pois eles são os principais indicadores da doença.

 

Tratamento

A vacinação é a melhor forma de prevenir surtos, pois ela previne a ampla maioria dos casos. Segundo o Ministério da Saúde , as tratativas para aquisição dos imunizantes no Brasil já estão em andamento.  A previsão é que 50 mil doses sejam destinadas ao Brasil, de acordo com a solicitação feita à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) , o que é um motivo de alívio. 

 

O que originou o nome da doença?

Agora que já sabemos algumas informações sobre a doença, é hora de descobrir o que originou o nome da mesma.

A epidemiologista da Organização Mundial de Saúde, Margaret Harris, destacou que  a doença recebeu esse nome porque foi identificada inicialmente em um macaco em cativeiro, nos anos 1970. O primeiro caso em humano foi identificado em uma criança, na República Democrática do Congo, em 1970.

Atualmente, a OMS está avaliando junto com especialistas, adotar um novo nome para a varíola dos macacos, depois que cientistas escreveram uma carta à organização, solicitando uma nomenclatura que não seja discriminatória e nem estigmatizante, evitando ataques aos primatas. 

 

O atual surto de varíola não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos

Infelizmente, o aumento dos casos de varíola dos macacos provocou uma onda de ataques contra esses animais, ação inútil e equivocada, pois sabe-se que a transmissão dos vírus se dá exclusivamente pelo contato entre pessoas ou objetos contaminados. Maurício Nogueira, virologista da Faculdade de Medicina do Rio Preto, explicou que os animais encontrados no Brasil não oferecem riscos para o ser humano quando o assunto é a nova varíola. 

 

A Sociedade Brasileira de Primatologia publicou um artigo  que informa: o atual surto de varíola não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. As transmissões identificadas até o momento pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.  O artigo ressalta ainda que os macacos não são vilões, e sim vítimas como nós (humanos), e não devem sofrer agressões, mortes, afugentamentos e outras retaliações. 

 

Os primatas fazem parte da nossa biodiversidade e têm um importante papel na manutenção das florestas, polinização, dispersão de sementes, entre outros.